É desde 1995 que o Grande Prémio de Literatura dst celebra o papel transformador da palavra. Foi criado pelo dstgroup, com o compromisso de reconhecer, todos os anos, uma obra em português, de autor de nacionalidade portuguesa.
Ao longo de três décadas, tem-se destinado a galardoar, alternadamente, obras de prosa e de poesia, distinguindo nomes cuja escrita deixa marcas ‒ na cultura, na sociedade e na memória coletiva. Tornou-se numa referência incontornável no contexto literário nacional e celebra, há 30 anos, o valor indiscutível dos encontros com e pela literatura.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É tradutora, escritora e dramaturga, sendo autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro.
Visitar Amigos reúne treze contos inéditos. Sem ter um fio condutor, a colecção revela, no entanto, certa homogeneidade nos temas e nas abordagens. Alguns contos propõem a revisitação de ideias e linguagens de época, outros vivem do presente e pensam sobre heranças e renovações. Uns mais vincadamente e acidamente humorísticos, outros de carácter sobretudo perplexo, terão como pano de fundo sempre o tempo e a História, e a acção que por acaso ou por necessidade vamos tendo nela.
José Viale Moutinho nasceu no Funchal, em 1945. Jornalista e escritor, publicou cerca de cinquenta livros infantis, obras de ficção, poesia e estudos sobre literatura popular, a Guerra Civil de Espanha, deportações e sobre autores como Camilo e Trindade Coelho. É membro de várias instituições literárias nacionais e internacionais.
Desaparecimento Progressivo supõe uma boa mostra da poética do enredo que caracteriza a escritura lírica de José Viale Moutinho. Procura o leitor (a leitora!) numa maranha de preocupações que nos devolve uma voz poética em obsessivo esforço por fazer uso da palavra e, através dela, deixar constância da incomunicação a que se encontra submetida.
A imagem do poeta revela a sua tarefa como construtor e vigilante de significantes que se abrem em diversas direções, em inadaptação continua uma vacuidade em que a solidão constitui a única saída possível.
O regresso de Júlia Mann a Paraty são três novelas que se entrecruzam, de modo surpreendente. Através de um conhecimento profundo da vida e da obra de personagens históricas, e respeitando a veracidade dos factos, a autora desvenda o mundo interior de todas elas, vívida e credivelmente ficcionado, numa narrativa fascinante que prende o leitor da primeira à última página.
João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto, em 1967. É médico, tradutor e poeta. Frequentou a Universidade do Porto, onde concluiu uma licenciatura em Medicina e Cirurgia. Lançou o primeiro livro de poemas, Há Violinos na Tribo, em 1989.
Uma poesia da observação e de memória, tanto das coisas grandiosas como, sobretudo, de instantes «menores» e acontecimentos rápidos: de um domingo de Páscoa na cidade de Mostar a uma cadeira de café, dos poemas de Catulo e Horácio aos gatos dos cemitérios.
João Luís Barreto Guimarães transporta-nos a um quotidiano bélico sob o signo de um tempo duro, onde coexistem o belo e o trágico, a ironia e a História, em instantes de onde emerge - ora terno, ora tenso - o movimento da vida.
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Publicou contos, crítica literária e poemas em diversos periódicos de Lisboa e dos Açores, integrando-se na geração literária que, sediada em Angra do Heroísmo - e ligada ao suplemento literário do jornal A União - renovou a literatura açoriana contemporânea.
Cláudia Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um conhecido ex-operacional da Frente de Libertação dos Açores e reaver a crónica do independentismo insular durante a Revolução. Depara-se-lhe um homem-mistério, voz e sombra do jogador, das suas verdades que mentem, das suas mentiras que dizem a verdade.
Fernando de Guimarães nasceu no Porto, em 1928. É poeta, ensaísta e tradutor. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra e exerceu funções de docência no ensino secundário e de investigação no ensino superior. Colaborou em diversos jornais e revistas.
Às vezes perguntamos que vozes se aproximam da nossa reflexão? Se é o sentido que existe numa sombra, não o sabemos. Consigo trazem algumas dúvidas, mas também o início da verdade. É por isso que nos conservamos atentos, escutamo-las de novo. O conhecimento pode existir nelas. Chegaram de longe. Nós somos essa distância.
Lídia Jorge nasceu em 1946, no Algarve. Licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, graças ao apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. É escritora portuguesa do período pós-Revolução, autora de romances, contos, ensaios, poesia e crónica.
Estuário é um livro sobre a vulnerabilidade de um homem, de uma família, de uma sociedade e do próprio equilíbrio da Terra, relatados pelo olhar de um jovem sonhador que se interroga sobre a fragilidade da condição humana.
Daniel Jonas nasceu no Porto em 1973. É doutorando em Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se tornou mestre em Teoria da Literatura. Publicou livros de poemas e traduziu várias obras, nomeadamente de William Shakespeare.
Neste seu mais recente livro de poesia Daniel Jonas regressa ao soneto, num livro desconcertante e surpreendente. Como nos diz o poeta, «Assim no meu soneto aqui gravei / Quem não sou nem fui e menos serei.»
Mário Cláudio é pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot, nascido em 1941, no Porto. É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia, o ensaio, a literatura infanto-juvenil, letras para fado e inúmeros artigos publicados na imprensa nacional e estrangeira.
Dividido em três partes - Nebulosa, Galáxia, Cosmos -, este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor.
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu em 1936, em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil e fundador do Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. Dirigiu A Briosa, foi redator da Vértice e colaborador em Via Latina.
No ano em que celebram os 50 anos daquele que é provavelmente o livro de poesia mais lido e cantado, Praça da Canção, Manuel Alegre publica um novo livro de poesia que é um Praça da Canção dos nossos dias. Uma voz de protesto e de indignação, um retrato inconformado da Pátria e das ditaduras que nos governam, nomeadamente a dos mercados, são temas presentes neste poderoso Bairro Ocidental.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É tradutora, escritora e dramaturga, sendo autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro.
Cláudio e Constantino é uma novela rústica em paradoxos - tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da História da Filosofia.
Armando Silva Carvalho nasceu em Olho Marinho, Óbidos, em 1938. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia por pouco tempo, optando pelo jornalismo, pelo ensino, pela publicidade e pela tradução. Morreu em 2017.
Depois do brilhante Anthero, Areia & Água, distinguido com o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes em 2010, surge agora De Amore. Sobre o autor escreveu António Carlos Cortez, no JL: «Armando Silva Carvalho é uma das vozes poéticas mais impressionantes da atualidade[…]».
Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto, em 1974. Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa e foi aluno da New York Film Academy, nos Estados Unidos da América. Exerce como escritor, tendo publicado romances, crónicas e contos. Publicou pela primeira vez em 2001.
O terceiro romance do escritor, músico e dramaturgo Jacinto Lucas Pires conta a história de uma personagem grotesca, o ator Américo Abril, confuso com os diversos papéis que desempenha na vida — pai cansado, artista sem inspiração, marido pisado e amante infeliz — e no cinema — onde encarna Paul Giamatti, o seu alter-ego.
Nascida a 26 de junho de 1938, em Lisboa, Maria Velho da Costa licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e obteve o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi ficcionista, ensaísta e dramaturga. Morreu em 2020.
«Não há certamente na literatura portuguesa um exemplo tão extremo de carnavalização das linguagens. Mas o seu alcance não é – não poderia ser – meramente formal. O delírio, é também o do mal, em cujos territórios inauditos se aventura este romance desde a primeira página, segundo uma lei que é repetida como uma estribilho: “O sangue puxa o sangue”.» António Guerreiro, Expresso
«As mãos de Carlos de Oliveira, Luiza Neto Jorge e Fiama (e, mais discretamente, Maria Velho da Costa) ditam o livro, incumbem-no de uma tarefa que não é em primeira mão. Há aqui o assumir de uma responsabilidade e a escolha de um lugar na constelação contemporânea. A tarefa que ele actualiza não começou nem acaba com ele. A poesia é sempre uma questão de recepção, polarização e transmissão de uma energia. E isto nada tem a ver com jogos intertextuais inócuos.» António Guerreiro, Expresso
A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor, animador cultural, e coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real. É conhecido sobretudo como ficcionista e poeta.
Um jovem padre começa a sua vida a paroquiar uma pequena aldeia no nordeste transmontano, onde está ainda muito viva a memória de um certo Cónego - espécie de figura tutelar e personagem controversa, que logo atrai a sua curiosidade: anjo ou demónio? Apostado em reconstituir a figura do Cónego, recolhe, na sua busca da verdade, os testemunhos mais desencontrados, entre os quais procura penosamente abrir caminho.
Poeta, ficcionista, ensaísta e académico, nascido em 1949, em Mexilhoeira Grande, no Algarve. Formou-se em Filologia Românica pela Universidade Clássica de Lisboa, e foi professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo participado na sua fundação. Morreu em 2024.
"Mas que fazer a esse brilho que sobrou de uns olhos amados? A esse momento em que a dúvida se dissipou, num inesperado murmúrio, até a frase retomar o seu curso? Ao remorso que ficou do que não foi dito? A manhã, porém, com a sua luz de ouro, limpar-me-á destes restos de outrora, como se tudo o que sou não viesse de cada um deles, e de quem os habita, sombra, fantasma, simples nome que repito, em voz baixa, para que não se ouça a quem devo o poema."
Filomena Marona Beja nasceu em 1944, em Lisboa. Após ter terminado os estudos no Liceu Francês em Lisboa, estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Trabalhou na área da Documentação técnico-científica e estreou-se no romance com As Cidadãs, em 1998. Morreu em 2023.
«Romance muito interessante…com impressionante economia verbal e certo humor… uma escritora que merece toda a nossa atenção.» Urbano Tavares Rodrigues
Nascido em Faro, em 1941, Gastão Cruz foi poeta e crítico literário, sendo uma figura central da renovação poética dos anos 60. Foi um dos fundadores do Teatro Hoje, tradutor de Blake e Shakespeare, coordenou revistas e colaborou em vários jornais. Morreu em 2022.
«Repercussão» é o novo livro do poeta Gastão Cruz, a cuja obra anterior, «Rua de Portugal», foi recentemente atribuído o Grande Prémio de Poesia APE/CTT. Gastão Cruz tem uma vasta obra literária publicada e vários prémios.
Mário de Carvalho nasceu em 1944, em Lisboa, cidade na qual se licenciou em Direito. É romancista, contista, dramaturgo e argumentista português. O ritmo de publicação e o nível de crítica das suas obras situam-no entre os mais importantes ficcionistas portugueses da atualidade.
Dois coronéis discutem Portugal à beira duma piscina, num monte alentejano. Nada lhes escapa. Duas mulheres mostram-se, em tudo, contrárias entre si. Um jovem vedor de água e jogador de xadrez, de muito bom feitio, arroja-se por essas carreteiras no seu estafado Renault 4. Um tio misógino aconselha sabiamente o sobrinho. Soraia Marina, capitosa cantora pimba, embala as almas simples. Gil Vicente e o pote de Mofina Mendes também marcam presença. E um narrador curioso intervém com as suas perspicazes considerações, sob o olhar sempre atento de um mocho e de um melro, que assistem e, às vezes, comentam.
Vergílio Alberto Vieira nasceu em Amares. Licenciou-se em Letras pela Universidade do Porto, tendo lecionado até 2009. É conhecido como poeta, crítico literário, e autor de obras para crianças, tendo publicado pela primeira vez em 1971.
José Leon Machado nasceu a 25 de novembro de 1965, em Braga. É o pseudónimo literário do português José Barbosa Machado, licenciado em Humanidades, professor de Semiótica e de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
As vidas são como rios que nascem na montanha, percorrem o espaço e o tempo entre duas margens e terminam no grande mar que tudo dissolve em água salgada. Cada personagem deste livro traz em si um rio. As águas do seu caudal transportam o amor irrecuperável da adolescência, a recordação do paraíso perdido, a loucura, a solidão e o abandono, a doença e a morte, o ódio e a vingança, a violência, a mentira, a alegria, o perdão e a bondade. Gente simples, são rios de pouca água, em vias de extinção como todos os rios do mundo. Quando o olhar se perde na folhagem dos salgueiros de uma margem, poderá entrever um corpo nu de mulher salpicado de raios de sol.
Vergílio Alberto Vieira nasceu em Amares. Licenciou-se em Letras pela Universidade do Porto, tendo lecionado até 2009. É conhecido como poeta, crítico literário, e autor de obras para crianças, tendo publicado pela primeira vez em 1971.
«Abre este volume uma arte poética que nos fala do mal do corpo. A fechá-lo temos o profetismo de uma meditação neotestamentária. São vinte anos nesta recolha mais ou menos antológica: reescritos, cortados, mantidos, - inéditos.» do Posfácio, de G. de C.
Maria Ondina Braga nasceu em Braga em 1922 e estudou em Cambridge, tendo dedicado grande parte da sua vida ao ensino. É tradutora portuguesa e autora de uma vasta obra multifacetada, que inclui contos, poesia, romances, crónicas e memórias. Morreu em 2003.
Vidas vencidas, livro de Maria Ondina Braga, é uma obra que nos retrata de um modo romanceado a infância e a juventude da autora.
Firmino Mendes nasceu em Ronfe, Guimarães, em 1949. Poeta e professor. Estudou na terra-natal e na Universidade do Minho, onde se licenciou em Filosofia e Humanidades, vindo a concluir o mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa. Foi professor de português no ensino secundário, e de teoria da Comunicação e Estética no ensino superior.
«Ler a poesia de Firmino Mendes equivale a percorrer os múltiplos labirintos dessa unidade e a aprender nesse percurso a conhecer os seus segredos e, em particular, o segredo do mítico fascínio da poesia como explicação imaterial do mundo.» Manuel Frias Martins
Nascido em 1960, Francisco Duarte Mangas estudou História na FLUP, foi professor três anos e jornalista durante quase três décadas. Dedica-se hoje à escrita a tempo inteiro e é o atual presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Um velho caçador persegue, desde o amanhecer, um rasto e uma dúvida. Em terra estranha, o filho faz a última incursão militar na densa mata. Num dia apenas, os dois homens e outras vozes atravessam grande parte do século vinte e percorrem assim a geografia do medo, e, por secretas rebeldias, afrontam amos e senhores da terra.
Sebastião Alba nasceu em Braga, em 1940, e foi um escritor naturalizado moçambicano, que pertenceu à jovem vaga de autores moçambicanos reconhecidos naliteratura lusófona. A sua poesia reflete o exílio e a vida atribulada que teve. Morreu em 2000.
Médico e escritor, Orlando de Albuquerque nasceu em 1925 e destacou-se pelo seu papel no desenvolvimento da literatura angolana. Foi produtor radiofónico de programas literários e de teatro, tendo promovido debates sobre problemas sociais angolanos. Morreu em 1997.
«Os tambores continuavam a soar e o seu infernal matraquear prolongar-se-ia pela noite adentro. Pela noite que havia de descer sobre a anhara como sempre. Homens e mulheres, esquecidos dos seus problemas, comemoravam a chegada de padre João. O soba, vencido, deixa-se levar pelo rumo que as coisas tinham tomado.»
Nascido em 1948, em Luanda, José Manuel Mendes licenciou-se em Direito. É escritor, professor e ex-deputado. Com cerca de 30 obras publicadas, traduzidas e premiadas, destaca-se rigor estético e formal, e pelo compromisso com a cultura.
É desde 1995 que o Grande Prémio de Literatura dst celebra o papel transformador da palavra. Foi criado pelo dstgroup, com o compromisso de reconhecer, todos os anos, uma obra em português, de autor de nacionalidade portuguesa.
Ao longo de três décadas, tem-se destinado a galardoar, alternadamente, obras de prosa e de poesia, distinguindo nomes cuja escrita deixa marcas ‒ na cultura, na sociedade e na memória coletiva. Tornou-se numa referência incontornável no contexto literário nacional e celebra, há 30 anos, o valor indiscutível dos encontros com e pela literatura.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É tradutora, escritora e dramaturga, sendo autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro.
Visitar Amigos reúne treze contos inéditos. Sem ter um fio condutor, a colecção revela, no entanto, certa homogeneidade nos temas e nas abordagens. Alguns contos propõem a revisitação de ideias e linguagens de época, outros vivem do presente e pensam sobre heranças e renovações. Uns mais vincadamente e acidamente humorísticos, outros de carácter sobretudo perplexo, terão como pano de fundo sempre o tempo e a História, e a acção que por acaso ou por necessidade vamos tendo nela.
José Viale Moutinho nasceu no Funchal, em 1945. Jornalista e escritor, publicou cerca de cinquenta livros infantis, obras de ficção, poesia e estudos sobre literatura popular, a Guerra Civil de Espanha, deportações e sobre autores como Camilo e Trindade Coelho. É membro de várias instituições literárias nacionais e internacionais.
Desaparecimento Progressivo supõe uma boa mostra da poética do enredo que caracteriza a escritura lírica de José Viale Moutinho. Procura o leitor (a leitora!) numa maranha de preocupações que nos devolve uma voz poética em obsessivo esforço por fazer uso da palavra e, através dela, deixar constância da incomunicação a que se encontra submetida.
A imagem do poeta revela a sua tarefa como construtor e vigilante de significantes que se abrem em diversas direções, em inadaptação continua uma vacuidade em que a solidão constitui a única saída possível.
O regresso de Júlia Mann a Paraty são três novelas que se entrecruzam, de modo surpreendente. Através de um conhecimento profundo da vida e da obra de personagens históricas, e respeitando a veracidade dos factos, a autora desvenda o mundo interior de todas elas, vívida e credivelmente ficcionado, numa narrativa fascinante que prende o leitor da primeira à última página.
João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto, em 1967. É médico, tradutor e poeta. Frequentou a Universidade do Porto, onde concluiu uma licenciatura em Medicina e Cirurgia. Lançou o primeiro livro de poemas, Há Violinos na Tribo, em 1989.
Uma poesia da observação e de memória, tanto das coisas grandiosas como, sobretudo, de instantes «menores» e acontecimentos rápidos: de um domingo de Páscoa na cidade de Mostar a uma cadeira de café, dos poemas de Catulo e Horácio aos gatos dos cemitérios.
João Luís Barreto Guimarães transporta-nos a um quotidiano bélico sob o signo de um tempo duro, onde coexistem o belo e o trágico, a ironia e a História, em instantes de onde emerge - ora terno, ora tenso - o movimento da vida.
João de Melo nasceu nos Açores, em 1949. Publicou contos, crítica literária e poemas em diversos periódicos de Lisboa e dos Açores, integrando-se na geração literária que, sediada em Angra do Heroísmo - e ligada ao suplemento literário do jornal A União - renovou a literatura açoriana contemporânea.
Cláudia Lourenço, jornalista, é enviada de Lisboa à ilha de São Miguel ao serviço do Quotidiano. Tem por missão entrevistar um conhecido ex-operacional da Frente de Libertação dos Açores e reaver a crónica do independentismo insular durante a Revolução. Depara-se-lhe um homem-mistério, voz e sombra do jogador, das suas verdades que mentem, das suas mentiras que dizem a verdade.
Fernando de Guimarães nasceu no Porto, em 1928. É poeta, ensaísta e tradutor. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Coimbra e exerceu funções de docência no ensino secundário e de investigação no ensino superior. Colaborou em diversos jornais e revistas.
Às vezes perguntamos que vozes se aproximam da nossa reflexão? Se é o sentido que existe numa sombra, não o sabemos. Consigo trazem algumas dúvidas, mas também o início da verdade. É por isso que nos conservamos atentos, escutamo-las de novo. O conhecimento pode existir nelas. Chegaram de longe. Nós somos essa distância.
Lídia Jorge nasceu em 1946, no Algarve. Licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, graças ao apoio de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. É escritora portuguesa do período pós-Revolução, autora de romances, contos, ensaios, poesia e crónica.
Estuário é um livro sobre a vulnerabilidade de um homem, de uma família, de uma sociedade e do próprio equilíbrio da Terra, relatados pelo olhar de um jovem sonhador que se interroga sobre a fragilidade da condição humana.
Daniel Jonas nasceu no Porto em 1973. É doutorando em Teoria da Literatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se tornou mestre em Teoria da Literatura. Publicou livros de poemas e traduziu várias obras, nomeadamente de William Shakespeare.
Neste seu mais recente livro de poesia Daniel Jonas regressa ao soneto, num livro desconcertante e surpreendente. Como nos diz o poeta, «Assim no meu soneto aqui gravei / Quem não sou nem fui e menos serei.»
Mário Cláudio é pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot, nascido em 1941, no Porto. É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia, o ensaio, a literatura infanto-juvenil, letras para fado e inúmeros artigos publicados na imprensa nacional e estrangeira.
Dividido em três partes - Nebulosa, Galáxia, Cosmos -, este é o romance da vida do Mário Cláudio, um livro sobre três fases da vida de um homem, que não por acaso é o próprio escritor.
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu em 1936, em Águeda. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil e fundador do Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. Dirigiu A Briosa, foi redator da Vértice e colaborador em Via Latina.
No ano em que celebram os 50 anos daquele que é provavelmente o livro de poesia mais lido e cantado, Praça da Canção, Manuel Alegre publica um novo livro de poesia que é um Praça da Canção dos nossos dias. Uma voz de protesto e de indignação, um retrato inconformado da Pátria e das ditaduras que nos governam, nomeadamente a dos mercados, são temas presentes neste poderoso Bairro Ocidental.
Luísa Costa Gomes nasceu em Lisboa, em 1954. Licenciou-se em Filosofia, foi professora do Ensino Secundário e dirigiu a FICÇÕES (revista de contos). É tradutora, escritora e dramaturga, sendo autora de romances, contos, crónicas e peças de teatro.
Cláudio e Constantino é uma novela rústica em paradoxos - tem família em Voltaire e na Condessa de Ségur, mas também em Sterne, em Proust, na tradição romântica, nas Mil e Uma Noites… É um texto que usa um dispositivo ficcional paródico e humorístico para apresentar e brincar com alguns dos paradoxos clássicos da História da Filosofia.
Armando Silva Carvalho nasceu em Olho Marinho, Óbidos, em 1938. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia por pouco tempo, optando pelo jornalismo, pelo ensino, pela publicidade e pela tradução. Morreu em 2017.
Depois do brilhante Anthero, Areia & Água, distinguido com o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes em 2010, surge agora De Amore. Sobre o autor escreveu António Carlos Cortez, no JL: «Armando Silva Carvalho é uma das vozes poéticas mais impressionantes da atualidade[…]».
Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto, em 1974. Estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa e foi aluno da New York Film Academy, nos Estados Unidos da América. Exerce como escritor, tendo publicado romances, crónicas e contos. Publicou pela primeira vez em 2001.
O terceiro romance do escritor, músico e dramaturgo Jacinto Lucas Pires conta a história de uma personagem grotesca, o ator Américo Abril, confuso com os diversos papéis que desempenha na vida — pai cansado, artista sem inspiração, marido pisado e amante infeliz — e no cinema — onde encarna Paul Giamatti, o seu alter-ego.
Nascida a 26 de junho de 1938, em Lisboa, Maria Velho da Costa licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e obteve o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi ficcionista, ensaísta e dramaturga. Morreu em 2020.
«Não há certamente na literatura portuguesa um exemplo tão extremo de carnavalização das linguagens. Mas o seu alcance não é – não poderia ser – meramente formal. O delírio, é também o do mal, em cujos territórios inauditos se aventura este romance desde a primeira página, segundo uma lei que é repetida como uma estribilho: “O sangue puxa o sangue”.» António Guerreiro, Expresso
«As mãos de Carlos de Oliveira, Luiza Neto Jorge e Fiama (e, mais discretamente, Maria Velho da Costa) ditam o livro, incumbem-no de uma tarefa que não é em primeira mão. Há aqui o assumir de uma responsabilidade e a escolha de um lugar na constelação contemporânea. A tarefa que ele actualiza não começou nem acaba com ele. A poesia é sempre uma questão de recepção, polarização e transmissão de uma energia. E isto nada tem a ver com jogos intertextuais inócuos.» António Guerreiro, Expresso
A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor, animador cultural, e coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real. É conhecido sobretudo como ficcionista e poeta.
Um jovem padre começa a sua vida a paroquiar uma pequena aldeia no nordeste transmontano, onde está ainda muito viva a memória de um certo Cónego - espécie de figura tutelar e personagem controversa, que logo atrai a sua curiosidade: anjo ou demónio? Apostado em reconstituir a figura do Cónego, recolhe, na sua busca da verdade, os testemunhos mais desencontrados, entre os quais procura penosamente abrir caminho.
Poeta, ficcionista, ensaísta e académico, nascido em 1949, em Mexilhoeira Grande, no Algarve. Formou-se em Filologia Românica pela Universidade Clássica de Lisboa, e foi professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo participado na sua fundação. Morreu em 2024.
"Mas que fazer a esse brilho que sobrou de uns olhos amados? A esse momento em que a dúvida se dissipou, num inesperado murmúrio, até a frase retomar o seu curso? Ao remorso que ficou do que não foi dito? A manhã, porém, com a sua luz de ouro, limpar-me-á destes restos de outrora, como se tudo o que sou não viesse de cada um deles, e de quem os habita, sombra, fantasma, simples nome que repito, em voz baixa, para que não se ouça a quem devo o poema."
Filomena Marona Beja nasceu em 1944, em Lisboa. Após ter terminado os estudos no Liceu Francês em Lisboa, estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Trabalhou na área da Documentação técnico-científica e estreou-se no romance com As Cidadãs, em 1998. Morreu em 2023.
«Romance muito interessante…com impressionante economia verbal e certo humor… uma escritora que merece toda a nossa atenção.» Urbano Tavares Rodrigues
Nascido em Faro, em 1941, Gastão Cruz foi poeta e crítico literário, sendo uma figura central da renovação poética dos anos 60. Foi um dos fundadores do Teatro Hoje, tradutor de Blake e Shakespeare, coordenou revistas e colaborou em vários jornais. Morreu em 2022.
«Repercussão» é o novo livro do poeta Gastão Cruz, a cuja obra anterior, «Rua de Portugal», foi recentemente atribuído o Grande Prémio de Poesia APE/CTT. Gastão Cruz tem uma vasta obra literária publicada e vários prémios.
Mário de Carvalho nasceu em 1944, em Lisboa, cidade na qual se licenciou em Direito. É romancista, contista, dramaturgo e argumentista português. O ritmo de publicação e o nível de crítica das suas obras situam-no entre os mais importantes ficcionistas portugueses da atualidade.
Dois coronéis discutem Portugal à beira duma piscina, num monte alentejano. Nada lhes escapa. Duas mulheres mostram-se, em tudo, contrárias entre si. Um jovem vedor de água e jogador de xadrez, de muito bom feitio, arroja-se por essas carreteiras no seu estafado Renault 4. Um tio misógino aconselha sabiamente o sobrinho. Soraia Marina, capitosa cantora pimba, embala as almas simples. Gil Vicente e o pote de Mofina Mendes também marcam presença. E um narrador curioso intervém com as suas perspicazes considerações, sob o olhar sempre atento de um mocho e de um melro, que assistem e, às vezes, comentam.
Vergílio Alberto Vieira nasceu em Amares. Licenciou-se em Letras pela Universidade do Porto, tendo lecionado até 2009. É conhecido como poeta, crítico literário, e autor de obras para crianças, tendo publicado pela primeira vez em 1971.
José Leon Machado nasceu a 25 de novembro de 1965, em Braga. É o pseudónimo literário do português José Barbosa Machado, licenciado em Humanidades, professor de Semiótica e de Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
As vidas são como rios que nascem na montanha, percorrem o espaço e o tempo entre duas margens e terminam no grande mar que tudo dissolve em água salgada. Cada personagem deste livro traz em si um rio. As águas do seu caudal transportam o amor irrecuperável da adolescência, a recordação do paraíso perdido, a loucura, a solidão e o abandono, a doença e a morte, o ódio e a vingança, a violência, a mentira, a alegria, o perdão e a bondade. Gente simples, são rios de pouca água, em vias de extinção como todos os rios do mundo. Quando o olhar se perde na folhagem dos salgueiros de uma margem, poderá entrever um corpo nu de mulher salpicado de raios de sol.
Vergílio Alberto Vieira nasceu em Amares. Licenciou-se em Letras pela Universidade do Porto, tendo lecionado até 2009. É conhecido como poeta, crítico literário, e autor de obras para crianças, tendo publicado pela primeira vez em 1971.
«Abre este volume uma arte poética que nos fala do mal do corpo. A fechá-lo temos o profetismo de uma meditação neotestamentária. São vinte anos nesta recolha mais ou menos antológica: reescritos, cortados, mantidos, - inéditos.» do Posfácio, de G. de C.
Maria Ondina Braga nasceu em Braga em 1922 e estudou em Cambridge, tendo dedicado grande parte da sua vida ao ensino. É tradutora portuguesa e autora de uma vasta obra multifacetada, que inclui contos, poesia, romances, crónicas e memórias. Morreu em 2003.
Vidas vencidas, livro de Maria Ondina Braga, é uma obra que nos retrata de um modo romanceado a infância e a juventude da autora.
Firmino Mendes nasceu em Ronfe, Guimarães, em 1949. Poeta e professor. Estudou na terra-natal e na Universidade do Minho, onde se licenciou em Filosofia e Humanidades, vindo a concluir o mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa. Foi professor de português no ensino secundário, e de teoria da Comunicação e Estética no ensino superior.
«Ler a poesia de Firmino Mendes equivale a percorrer os múltiplos labirintos dessa unidade e a aprender nesse percurso a conhecer os seus segredos e, em particular, o segredo do mítico fascínio da poesia como explicação imaterial do mundo.» Manuel Frias Martins
Nascido em 1960, Francisco Duarte Mangas estudou História na FLUP, foi professor três anos e jornalista durante quase três décadas. Dedica-se hoje à escrita a tempo inteiro e é o atual presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Um velho caçador persegue, desde o amanhecer, um rasto e uma dúvida. Em terra estranha, o filho faz a última incursão militar na densa mata. Num dia apenas, os dois homens e outras vozes atravessam grande parte do século vinte e percorrem assim a geografia do medo, e, por secretas rebeldias, afrontam amos e senhores da terra.
Sebastião Alba nasceu em Braga, em 1940, e foi um escritor naturalizado moçambicano, que pertenceu à jovem vaga de autores moçambicanos reconhecidos naliteratura lusófona. A sua poesia reflete o exílio e a vida atribulada que teve. Morreu em 2000.
Médico e escritor, Orlando de Albuquerque nasceu em 1925 e destacou-se pelo seu papel no desenvolvimento da literatura angolana. Foi produtor radiofónico de programas literários e de teatro, tendo promovido debates sobre problemas sociais angolanos. Morreu em 1997.
«Os tambores continuavam a soar e o seu infernal matraquear prolongar-se-ia pela noite adentro. Pela noite que havia de descer sobre a anhara como sempre. Homens e mulheres, esquecidos dos seus problemas, comemoravam a chegada de padre João. O soba, vencido, deixa-se levar pelo rumo que as coisas tinham tomado.»
Nascido em 1948, em Luanda, José Manuel Mendes licenciou-se em Direito. É escritor, professor e ex-deputado. Com cerca de 30 obras publicadas, traduzidas e premiadas, destaca-se rigor estético e formal, e pelo compromisso com a cultura.